Um pouco de nossa história

Origens da Ordem DeMolay

Elmer Lower, maçom falecido, deixou mulher e filhos, dentre eles Louis Lower.
Em 1919, em Kansas City, Missouri, Estados Unidos da América. Após o falecimento de seu pai, Louis Lower transferira a figura de seu pai ao amigo da família, o maçom Frank Shermann Land, com o qual buscava constantemente conselhos e orientações, e a quem pediu seu primeiro emprego.

Após constantes conversas com Lower, Frank Land reconheceu que o desejo do rapaz de atenção paternal não era limitado somente a ele, mas que se estendia a inúmeros outros jovens que tivessem pais ou não. Surgiu para Land, então, a ideia de formar uma Organização Juvenil que proporcionasse o devido treinamento e guia para uma melhor cidadania, uma organização de jovens que proporcionasse elevados valores patrióticos.


Tio Land disse a Lower o seu pensamento, solicitando sua ajuda para formar um clube de rapazes, pedindo que ele convidasse alguns amigos de Escola Secundária para uma reunião. Eles iriam organizar o clube. Foi em Fevereiro de 1919 que Louis Lower e oito de seus amigos se reuniram no Templo Maçônico com Frank Shermann Land com a finalidade de formar uma nova organização de jovens. Nunca algum deles poderia sonhar, menos ainda Frank, que no espaço de 40 anos o movimento estaria ativo em mais de 15 países e territórios tendo assim iniciado centenas de milhares de rapazes e algumas personalidades mundiais.

A inspiradora ideia de formação de um clube jovem de cunho educacional foi muitíssimo bem recebida por todos os nove rapazes. Surgiu então a questão de como chamar essa nova organização. Frank citou vários nomes famosos, porém nenhum agradava os rapazes de modo especial. Um dos jovens sugeriu que por estarem num Templo Maçônico, alguma figura histórica ligada à maçonaria deveria ser lembrada. Aceita, por uma determinação do destino, a sugestão tomou corpo quando Land mencionou o nome de Jacques DeMolay. Este nome cativou imediatamente cada um dos jovens. Quando eles ouviram que DeMolay fora o último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários e morrera como um mártir da lealdade e tolerância, eles unanimemente concordaram que DeMolay seria a escolha, usando a pronúncia inglesa.
Em 18 de março de 1919, os noves jovens com 24 de seus amigos reuniram-se novamente no Templo Maçônico, organizando oficialmente a Ordem DeMolay, com o número ideal de 33 jovens. Foi somente 20 anos mais tarde que Frank Land descobriu que 18 de Março era aniversário de morte de Jacques DeMolay. Na segunda reunião, Louis Lower foi o primeiro a fazer a promessa DeMolay sobre a Bíblia que Land havia recebido em St. Louis quando tinha apenas 12 anos, por ter frequentado a Escola Dominical durante 10 anos consecutivos.

Tio Land sempre dava sugestões valiosas quando necessário nas reuniões, em especial em uma das primeiras reuniões, em que alguém sugeriu limitar o número de integrantes a 75. Tio Land explicou que seria egoísmo, pois a organização deveria ser boa para todos, não para alguns. Em menos de 1 ano, o Capítulo “Mãe do Mundo”, em Kansas, aumentou para o número de 3000 jovens iniciados.

Quem foi Jacques DeMolay?

Aos 21 anos de idade, Jacques DeMolay entrou para a Ordem dos Cavaleiros Templários. Estes eram uma organização sancionada pela Igreja Católica Romana de 1128, para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre, um importante porto da cidade no Mar Mediterrâneo. A Ordem dos Cavaleiros Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo. 
Nobres e príncipes enviaram seus filhos para serem Cavaleiros Templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em toda a Europa.

Em 1298, Jacques DeMolay foi nomeado Grande Mestre dos Cavaleiros, uma posição de poder e prestígio. Jacques DeMolay assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Teobaldo Gaudini no mesmo ano (1298).

Como Grande Mestre, Jacques DeMolay passou por uma difícil posição pois as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticristianismo sarraceno derrotou as Cruzadas em batalhas capturando algumas cidades e portos vitais dos Cavaleiros Templários e os Hospitaleiros (outra ordem de cavalaria), restaram apenas um único grupo do confronto contra os Sarracenos.

Os Cavaleiros Templários resolveram se reorganizar e readquirir sua força. Eles viajaram para a Ilha de Chipre, esperando pelo público geral para levantar-se em apoio à outra Cruzada.

Em vez de apoio público; como sempre, os Cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos Lordes. Em 1305, Filipe IV “o Belo”, rei da França, resolveu obter o controle dos Templários para impedir uma ascensão no poder da Igreja. O Rei era amigo de Jacques DeMolay (um de seus filhos era afilhado de Jacques DeMolay, Delfim Carlos, que mais tarde se chamaria Carlos IV e seria rei da França). Mesmo sendo seu amigo, o rei da França com toda a sua ganância tentou juntar a ordem dos Templários e a ordem dos Hospitaleiros, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência econômica. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários, possuía várias propriedades e outros tipos de riqueza, doados pelos que um dia, haviam recebido a ajuda dos Templários em várias cruzadas pela Europa.

Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto, o rei da França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários. Usando um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O nobre francês teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão Mestre Jacques DeMolay, e como recompensa Esquin de Floyran receberia terras pertencentes aos Templários logo após derrubá-los.

O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos Cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques Demolay havia ido a França para o funeral de uma Princesa da casa Real Francesa e havia levado consigo poucos homens, sendo esses todos nobres. Na madrugada de 13 de outubro Jacques DeMolay, juntamente a seus amigos, foram capturados e lançados nas masmorras pelo chefe real Guilherme de Nogaret (este era um de seus conselheiros) .

Durante sete anos, Jacques DeMolay e os Cavaleiros sofreram torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto os Cavaleiros não se dobravam, Filipe IV gerenciava as forças do Papa Clement para condenar os Templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.

Após três julgamentos, Jacques DeMolay continuou sendo leal para com seus amigos e Cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de Março de 1314, ele foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por Jacques DeMolay. Ele desmentiu as confissões forjadas. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão, era a morte. Jacques Demolay foi julgado pelo Papa Clemente, e assim como Jacques Demolay, outro Cavaleiro, Guy D’Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados . O Rei Filipe ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques DeMolay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. Demolay veio a falecer aos seus 70 anos de idade no dia 18 de Março de 1314.

Jacques DeMolay durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do Rei da França, Filipe o Belo. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com seus 46 anos de idade.

A Última Prece de Jacques DeMolay

“Senhor, permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, oh meu Deus, as calunias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas. Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência. Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram.”

A Maçonaria e a Ordem DeMolay

Um estudo feito após a fundação e os primeiros tempos da Ordem DeMolay revelou uma dúvida em alguns Maçons: se a Ordem foi sempre de inspiração Maçônica. Aparentemente esta era a intenção e o fervente desejo do fundador Frank Sherman Land. Desde o início, os líderes Maçons davam assistência ao crescimento e desenvolvimento da nova organização que florescia. Alguns anos mais tarde já era frequente se escutar na Maçonaria Americana que “DeMolay” foi a primeira nova ideia tida pela Maçonaria em 200 anos.
 

Durante a história da Ordem DeMolay, a instituição e seus líderes foram muito cuidadosos para não apresentarem a Ordem DeMolay como Organização Maçônica Juvenil, mais sim uma organização sob o patrocínio da Maçonaria, apesar do público em geral identificá-la como tal, e muitos dirigentes da Maçonaria referirem-se à Ordem como o futuro da Maçonaria. Porém um DeMolay não se tornará necessariamente um Maçom no futuro, apesar de poder se considerar este um caminho natural para aqueles que demonstraram viver conforme os princípios da Ordem DeMolay.

Desde o início os membros da Ordem DeMolay eram recrutados entre os filhos de Maçons e seus amigos. Somente Maçons podem servir como Consultores nos vários Capítulos e somente organizações Maçônicas podem patrocinar Capítulos da Ordem DeMolay. Cada Capítulo DeMolay deve ser patrocinado por um grupo reconhecido de Maçons. Pode ser uma Loja Simbólica, um corpo Filosófico etc., ou mesmo um Clube ou outro grupo maçônico similar. Pode ser mesmo um grupo de Maçons que se reuniram para esse propósito principal.

O patrocínio Maçônico permite aos Capítulos DeMolay, utilizarem-se os prédios e Templos Maçônicos para suas atividades, além de contarem com a consagrada liderança dos Maçons. A supervisão imediata de cada Capítulo DeMolay está nas mãos de um “Conselho Consultivo”, sendo este Conselho composto de Maçons interessados e dedicados. Então um de seus membros é nomeado como Conselheiro do Capítulo sendo o principal consultor para os membros do Capítulo.

Este “Conselheiro do Capítulo” é um amigo fiel para o qual cada Membro de um capítulo pode olhar como sendo uma pessoa de absoluta confiança e a quem pode levar seus problemas certo de ser compreendido.